sábado, 29 de setembro de 2012

Mesmice


De novo voltamos a mesmice, aquela coisa repetitiva e chata que chamamos de "amor". Tudo parece começo e tudo parece fim. Tudo parece você, tudo parece eu e nada parece com nós dois.. Tudo complicado demais, chato demais, sufocante demais, mas quem será o último a largar a corda que nos prende? De novo com as mesmas conversas, mesmos "eu te amo", mesmas mancadas e eu continuo aqui, me prendo em você, como se fosse velcro. Sem músicas românticas, "eu te amo" gritados, ligações antes de dormir, abraços longos ou olhares profundos, só você, só eu, só nós, que não existimos. É massante perder dias, semanas, meses por você, sem você, com você. É repetitivo, é cansativo, é neurótico, é inacabável. "Me deixa", eu tenho vontade de gritar, mas você me cala com um dos seus oito olhares, você me prende nos seus braços e caímos na mesmice. De novo, de novo e de novo, é um buraco sem fim, é um túnel sem luz, mas continuamos!

sábado, 22 de setembro de 2012

Permanentemente

                     




Te quero, te amo, te espero, te preciso; E que caía no clichê, mais clichê que nós, só esse sentimento repetido e errado e mastigado e infantil. Só esses términos e essas recaídas e essas voltas. Só essas discussões, esse querer incontrolável e essa falta de força de me manter longe de você.

Meu bem, meu bem, caímos no clichê a primeira vez que chorei por você e dispenso o "eu te amo, aliás, dispensamos, mas repito: "te amo por inteiro"; E isso não passa de um alerta: "Cuidado, te amo por inteiro!". Mas, eu te amo e repito e insisto e exijo.

Cada fio de cabelo que te pertence é merecedor do meu amor incondicional, assim como seus dedos gordos e tortos das mãos, seus dedos engraçados dos seus pés sensíveis. Seus olhos pequenos, seu nariz, sua boca, seu pescoço e cada partezinha do seu corpo, merece meu amor inesgotável, imensurável.

Quando você sorrir, meu bem, mas quando você sorrir, o universo deixa de existir e eu te amo. Quando você da risada, o mundo se aquieta e eu te amo, mas quando você fala, meu bem, o mundo se cala. É você, só você!

É só você e por mais que outros sorrisos existam, aqui, dentro de mim, só existe você. No meu universo, só existe nós dois!

Continuo te amando, sigo te amando, permanecerei amando você, só você!
Continuo te esperando, sigo te esperando, permaneço te esperando, na minha vida, no meu banho, no meu sonho, na minha cama.

Meu bem, meu bem, apenas meu "bem", te sigo, te quero, te espero e te amo, permanentemente.

domingo, 16 de setembro de 2012

Ex-princesa




Sou fruto de tudo que somos, meu bem e mais, sou fruto dos nossos planos futuros, da nossa paixão secreta, dos nossos conflitos mal resolvidos. Sou fruto de nós dois, sou fruto de você.

Já fui sorrisos e choros, insônia e pressentimentos, hoje eu sou só o que sobrou do que eu fui ao seu lado. Sou só a boba da corte, depois de conhecer a magnitude de ser princesa. Sou saudosa, sou saudade, hoje, sou apenas eu.

Depois de conhecer tudo que conheci ao seu lado, me ver longe de você torna-se uma luta. Pois é, meu bem, a princesa tirou a coroa, vestiu a armadura e mata um dragão por dia. Não existe mais castelo, reino ou príncipe. Acabou o reinado, as cortinas vermelhas são cinza, o bobo da corte se foi e levou a alegria das noites frias sem você, junto à ele.

Sou um esboço dramático, que nem mesmo Platão conseguiria entender, nem mesmo Sócrates e os Sofistas seriam capaz de desvendar esse borrão, esse esboço maltratado e jogado aos bichos, como se nada fosse, como se nunca fosse nada..

Sou só um rascunho, uma arte mal acabada, esquecida, deixada.. Acabou o encanto e eu deixei de existir. Vago nas ruínas do castelo que construímos tentando levantar pedra por pedra, mas sozinha eu não consigo. Sem estímulos, sem cores, sem alegria, sem corte, sem príncipe.. Só lembranças, só saudade, só imagens, não dá, eu não consigo!

Tiraram a minha coroa e aos poucos, minha armadura irá se desfazer como papel machê. Devolve, príncipe, minhas cores e minha corte, meu castelo, minha carruagem. Devolve o meu reino, me devolve o nosso amor, me devolva você.

Quero ser uma obra terminada, quero ser mais do que um rascunho, um borrão, uma lembrança. Quero poder estar ao seu lado e também governar a sua vida, lutar contra os dragões que te atormentam, reerguer o nosso castelo e mostrar para mim mesma, que juntos, somos capazes de tudo!

Então volta, príncipe e traz de volta, tudo o que eu dou mais valor: Nosso reino e nosso amor. 

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Ausência



























Seu silêncio grita, sua ausência é tão presente e eu sou tão sua! Queria poder te dizer todos os dias, o quão gosto do sorriso que ele possuí e o quão sou egoísta em relação à ele. Dizer que dói, falar de mim, deixou de fazer sentido e falar dele, me parece longe, distante o bastante para que eu não possa alcançar. Aos poucos eu desisti! Desisti querendo ficar, fui embora implorando por dentro que ele me pedisse mais dez minutos, que ele me ligasse bêbado repetindo inúmeras vezes amar só a mim. Digo aos quatro cantos que desisti, que não me importa mais, que eu não transbordei de ciúmes quando o vi beijando outra com aquela bermuda azul marinho da primeira vez que ele deitou no meu sofá, digo que não sinto saudade, mas ainda durmo com o celular debaixo do travesseiro esperando um boa noite, que nunca chega. Escrevo textos e mais textos que não passam de rascunhos, por medo de mais uma vez, ter apenas o silêncio como resposta de uma paixão desenfreada. Eu tenho medo dele, mas o quero tanto. Conheço pessoas novas, mas elas me lembram as velhas lembranças, o cheiro de Malbec, os cabelos molhados, os sussurros, as manias, os pés engraçados, as tentativas pouco positivas de se afastar de mim. É inevitável, é inesgotável, é chato, é inconsequente e mais forte do que eu. Tentei outros abraços, outras respirações, outros beijos, outros cheiros, mas de novo vem fumaça, cheiro de Malbec, essência, olhos pequenos, cabelo molhado, aparelho nos dentes, dedos tortos, cheiro na roupa.. Vem a saudade dele, vem ele nas lembranças e a saudade de quem nós éramos, de quem ele foi. O seu silêncio me mata, a sua presença me cega e a saudade me destrói!