quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Esse não seria pra você... Agora é!







Sou saudade.
Sim, sou a maior prova que a saudade pode enlouquecer o ser humano.
Meus pulmões não carregam ar e sim, saudade.
Da minha boca não saem palavras e sim, mais saudade.
Os meus olhos não enxergam nada, só saudade.
E ai, eu sofro e choro e quase morro todas as noites.
A saudade vai mudando de nome, fazendo o coração apertar.
Vira angústia, dor, estado de espírito.
Ai eu não durmo, fico rodando na cama, olhando o celular e tentando esquecer o número do tal.
A saudade cria nome, idade, rg, endereço, uma namorada, um rosto com olhos lindos e uma vida feita.
E eu... Só saudade!
De saudade, eu viro tristeza.
E o tal vivi.
E eu morro.
E ele namora.
Eu no enrolo.
Ele sorriso.
Eu choro.
Ele amor.
Eu dor.
E eu viro saudade.
     vivo saudade.
Morro dor.
Renascendo o amor.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

E hoje é só






Os mesmos caras de sempre, as mesmas manias chatas, mesmas festas, mesmos amigos, mesmos caminhos. A tal da mesma rotina. Todos os dias é a mesma coisa, aquela coisa de acordar e pensar: "Droga, hoje é segunda feira", levantar da cama, colocar a primeira roupa e sair de casa. Um ônibus, um metrô, um trem, outro ônibus e de novo, as mesmas pessoas.

De vez em quando, tem um almoço com o novo namorado (que faz tudo por ela), ou um lanche com a melhor amiga em um shopping qualquer da Zona Sul, o mais perto, o mais rápido, o que tiver ao seu alcance... Sei lá! É tudo tão igual. Vai no shopping e tem lá, as mesmas roupas, novas tendências, só que velhas. Novas calças, parecidas com as antigas, novas blusas exatamente iguais as que ela já tem no armário. Tudo se repete.

E ai, ela briga com o namorado e que droga, ele usa argumentos que outros, há anos atrás usaram. Caralho, não tem um cara que aceite a merda do short jeans curto que ela tanto ama. E tem dia que ela se acha gorda, dia que se acha magra e coloca salto, tira salto, coloca sapatilha, um tênis, uma bota. "Droga, droga, droga, engordei 10 kilos e nada me serve, nada me cabe!". E torna a comer mais 3 brigadeiros, gritando consigo mesma dentro da própria cabeça.

Tá cansada, saturada, desajeitada, gorda e é problemática. Anos de terapia e o quê? NADA! Cara, não sobrou mais nada, ela tem amigos que já morreram e continua fumando um cigarro atrás do outro, usa sempre a mesma frase: "Se o nervosismo bate, por que não um light?!" e fuma um, dois, três e nada...
Continua gorda, sem saúde, sedentária, com um namorado perfeito, que bem... Não é tão perfeito assim.

Ela torna a pensar e ler um livro de romance e jura que já passou por um amor assim. Deixou de escrever por medo. Medo de quê? Medo dos sentimentos tonarem conta dela, da saudade, da precisão. Ela é o quê? Nada!

Anda se escondendo e vai pra academia, malha por horas e depois come três Big Mc's e ai, chora. Chora porque nada parece ser normal e aí vem mais terapia e caralho, nada passa. Porra, com toda a idade que tem, tendo talento de sobra, esbanjando inteligencia não tem garrafa de tequila que mantenha ela em cima do salto.

O celular fica 24 horas ligado e não tem ninguém, NINGUÉM que ligue não precisando dela, não querendo dela algo que ela nem se quer pode dar. Todo mundo quer sugar, quer uma, duas, três, milhões de coisas. Nem que seja uma filha exemplar, uma estudante perfeita, uma colaboradora impecável, uma namorada carinhosa, uma irmã companheira, uma amiga distante presente. Caralho, não dá!

Ela tá desesperada, chega ao ponto de gritar e falar milhões de palavrões e depois deitar e chorar, chorar até voltar a ter nove anos e não ter amiga que fique grávida, não ter menstruação atrasada, namorado grudento, amiga problemática, trabalho sistemático, planos para o futuro. Não quer contas a pagar e nem pagar faculdade ou academia ou as parcelas das aulas da Auto-Escola. Não quer ir pra festas acompanhada, aliás, ela nem quer ir pra festas. Não quer beber e nem fumar (só quando fica nervosa). Não quer fazer aquela social com a família nos dias domingo.

 PORRA! Ela não quer nada. Quer descanso, quer paz, quer um cara normal, um terapeuta gato, alguém que lhe pague café sem lhe cobrar um boquete, que seja... Ela quer começar tudo de novo e não se tornar o que se tornou. É tarde demais pra voltar, só que ela... Caralho, ela ainda não se tocou e vivi, vaga (que seja) todos os dias pelos mesmos caminhos, com as mesmas pessoas, mesmos ideais, mesmas músicas boas e os velhos livros.